Hemodiálise

Preparando-se para a hemodiálise

Paciente em hemodiálise

Para pacientes com doença renal crônica o preparo para a hemodiálise deve ser feito meses antes que ela seja necessária.

Acesso vascular

Particularmente, será necessário um procedimento para criar um "acesso vascular” de semanas até meses antes do início da hemodiálise.

O acesso vascular cria uma maneira para que o sangue seja removido do corpo, circule através da máquina de diálise e retorne ao corpo em uma taxa maior do que uma veia normal possa suportar.

Há três tipos principais de acesso:

  • Fístula arteriovenosa (FAV) primária;
  • Enxerto sintético (prótese vascular);
  • Cateter venoso central.

Hemoiálise Hemoiálise

Importante:
  • O acesso deve ser criado antes do início da hemodiálise, pois precisa de tempo para cicatrizar antes que possa ser usado;
  • O acesso é normalmente criado no braço não dominante; para uma pessoa destra, seria o braço esquerdo;
  • Após a colocação do acesso, é importante monitorar e cuidar dele ao longo do tempo.

Quais as diferenças dos acessos?

HemoiáliseFístula arteriovenosa primária
Uma fístula arteriovenosa (AV) primária é o tipo preferido de acesso vascular da maioria dos pacientes. Ela requer um procedimento cirúrgico que cria uma conexão direta entre uma artéria e uma veia. Isso é geralmente feito no antebraço, mas pode ser feito também no braço. Às vezes, uma veia que não seria útil para criar uma fístula AV pode ser movida para que fique mais acessível; isso é geralmente feito no antebraço.

Independente da sua localização ou forma de criação, o acesso se localiza embaixo da pele.

Durante a diálise, duas agulhas são inseridas dentro do acesso. O sangue flui para fora do corpo através de uma agulha, circula através da máquina de diálise e flui de volta para dentro do acesso pela outra agulha.

Uma fístula AV primária é geralmente criada meses antes de ser usada na diálise.

Durante esse tempo, a área pode cicatrizar e se desenvolver completamente ou "amadurecer".

Enxerto sintético
Às vezes, as veias do braço do paciente não são viáveis para criar uma fístula. Nesses casos, um cirurgião pode usar um tubo de borracha flexível para estabelecer uma via entre uma artéria e uma veia. Isso é chamado de enxerto sintético.
O enxerto fica embaixo da pele e é usado praticamente da mesma forma que a fístula, exceto que as agulhas usadas para hemodiálise são colocadas dentro do material do enxerto em vez de ser na própria veia do paciente.
Enxertos cicatrizam mais rapidamente que as fístulas e podem ser usados após duas a três semanas depois de sua criação. Entretanto, complicações como o estreitamento dos vasos sanguíneos e infecção são mais comuns nos enxertos do que nas fístulas AV.

Cateter venoso centralCateter venoso central
Um cateter venoso central usa um tubo fino e flexível que é colocado dentro de uma veia larga (normalmente no pescoço). Pode ser recomendado caso a diálise deva começar imediatamente e o paciente não tenha uma fístula AV ou enxerto em funcionamento. Esse tipo de acesso é normalmente temporário. Em alguns casos, pode haver problemas em manter uma fístula AV ou enxerto, então, a rota venosa central é usada para o acesso de longo prazo.

Cateteres apresentam maior risco de infecção e pior função em comparação com outros tipos de acesso. Eles devem ser usados apenas se uma fístula primária ou um enxerto de ponte sintético não puderem ser mantidos.

Mudanças na dieta

Os pacientes precisarão fazer mudanças na dieta antes e durante o tratamento de hemodiálise. Essas mudanças garantem que não haja sobrecarga de fluido e o consumo do equilíbrio certo de proteínas, calorias, vitaminas e minerais.

Uma dieta com baixo sódio, potássio e fósforo deve ser recomendada e a quantidade de fluidos (em bebidas e alimentos) deve ser limitada. Um(a) nutricionista pode ajudar a escolher alimentos compatíveis com o tratamento de hemodiálise.

SAIBA MAIS

Localização do tratamento de Hemodiálise

Centro de tratamento de diálise

A diálise pode ser feita em um hospital, uma clínica associada a um hospital ou uma clínica independente. As equipes dos centros incluem médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, sendo que todos participam nos cuidados.
Em geral, a hemodiálise no centro de tratamento leva de três horas e meia a quatro horas e é feita três vezes por semana. É possível ler ou dormir durante o tratamento e normalmente se tem acesso a uma televisão. Comer, beber e receber visitas é normalmente restrito no centro de diálise.

Opções de viagem

Os centros de diálise estão localizados em todo o Brasil e em muitas localidades ao redor do mundo. O paciente que deseja viajar, pode marcar suas sessões em um centro de diálise na localidade para a qual viajará (chamado de centro transitório). Muitos desses centros de diálise possuem um membro da equipe, seja um(a) enfermeiro(a) ou assistente social, que ajuda a marcar as sessões de diálise.

Controle da Hemodiálise

Exame de Sangue
Os pacientes que realizam hemodiálise serão monitorizados com exames de sangue para garantir que o tempo e o tipo de tratamento de diálise (chamado de prescrição de diálise) sejam ideais. Estudos mostraram que a prescrição de diálise correta melhora a saúde, previne complicações, e prolonga a sobrevivência. Os exames de sangue são feitos, pelo menos, uma vez ao mês e os ajustes na prescrição de diálise podem se basear nos resultados desses exames.

Controle do Peso Corporal
Considerando que os rins em falência não podem remover fluido suficiente do corpo, a diálise deve realizar essa tarefa. O fluido acumulado entre uma sessão e outra de hemodiálise, pode levar a complicações. A maioria dos pacientes será pesada antes e depois da sessão de diálise.

Cuidados com o Acesso Vascular
É importante cuidar do acesso para prevenir complicações. As complicações podem ocorrer mesmo com os cuidados, mas serão menos comuns se tomadas algumas precauções:

  • Lave o acesso com sabão e água morna todos os dias e sempre antes da diálise. Não coce a área ou tente remover as cascas.
  • Verifique a área diariamente para sinais de infecção, incluindo calor e vermelhidão.
  • Verifique se há fluxo de sangue no acesso diariamente. Deve haver uma vibração (chamada de frêmito) sobre o acesso. Se essa vibração estiver ausente ou reduzida, deve-se notificar seu médico.
  • Cuide para evitar traumas no braço onde o acesso está localizado, não vista roupas justas ou joias, não carregue itens pesados e não durma sobre o braço. Não permita que ninguém tire sangue ou meça a pressão nesse braço.
  • Use uma pressão leve para interromper o sangramento quando a agulha for removida ou mesmo depois. Caso o sangramento não pare dentro de 30 minutos, ou se for excessivo, chame o profissional de saúde.
Efeitos colaterais

A maioria dos pacientes tolera bem a hemodiálise. Entretanto, efeitos colaterais podem ocorrer.

Pressão baixa é a complicação mais comum e pode ser acompanhada de tontura, falta de ar, cólicas abdominais, câimbras musculares, náuseas ou vômito. Alguns pacientes se sentem esgotados ou "abatidos" por algum tempo após a sessão de hemodiálise.

Tratamentos e medidas preventivas estão disponíveis para os desconfortos que podem ocorrer durante a diálise. Muitos desses efeitos colaterais estão relacionados ao excesso de sal e acúmulo de fluido entre as sessões de diálise, os quais podem ser minimizados através do controle cuidadoso do consumo de sal e fluidos.

Dr. Arthur LazarettiDr. Arthur Lazaretti CRM 29848
RQE 21850 · Nefrologia
RQE 21619 · Clínica Médica

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